HOMEM MODERNO SURGIU NO SUL DA ÁFRICA, DIZ ESTUDO. (comentado)

Resultados do mapeamento genético de trabalho dos EUA condizem com achados arqueológicos anteriores. Pesquisadores dos EUA estudaram 580 mil sequências genéticas de 27 populações distintas do continente africano
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RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

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Que o homem moderno, Homo sapiens, surgiu na África já é um razoável consenso entre os pesquisadores. Mas onde?

Um estudo do genoma, o conjunto do material genético, de 27 diferentes populações do continente indicou que o “berço” do homem moderno foi a África do Sul.
“Geralmente se acredita que os humanos modernos têm origem no leste da África, onde foram achados os crânios anatomicamente modernos mais antigos”, afirmam os autores do estudo, publicado na revista “PNAS”, coordenado por Brenna Henn, da Universidade Stanford, Califórnia.

Mas os genes contam outra história. Os pesquisadores analisaram mais de 580 mil sequências de material genético conhecidas como “polimorfismos de nucleotídeo simples”, ou seja, variações no genoma.

Destaque especial foi dado à análise do DNA de seis populações de caçadores-coletores ainda existentes, duas de pigmeus da África Central, os Hadza e Sandawe da Tanzânia (leste da África) e duas de bosquímanos da África do Sul e Namíbia.
“Antes de 5.000 anos atrás, a maior parte da África subsaariana estava ocupada por uma coleção de populações de caçadores-coletores linguisticamente e culturalmente distintas”, afirmam Henn e colegas.


DISPERSÃO
Desde então os grupos foram desaparecendo, assimilados por populações agropastoris ou se extinguiram.

Os Hadza, por exemplo, são hoje apenas cerca de mil indivíduos. Um estudo anterior indicou que os pigmeus da África central e seus vizinhos agropastoris divergiram de uma população comum há 60 mil anos.

“Os padrões observados são consistentes com a origem do ser humano moderno na África do Sul em vez da África do Leste,”, concluíram os autores do estudo.
Usando um modelo complexo que inclui estatísticas de localização geográfica e variação gênica, eles estimam que um ponto de origem no sul é “de 300 a 1.000 vezes mais provável”.

A dispersão geográfica dos humanos a partir do sul do continente é também consistente com achados arqueológicos de artefatos associados ao homem moderno.
Além disso, há indicações de que o clima no sul era mais acolhedor entre 60 mil e 70 mil anos atrás.

Fonte: http://scienceblogs.com.br/discutindoecologia/2008/10/critica-ao-consenso-cientifico.php

Resenha do autor

É o que eu sempre digo para os criacionistas, existe um consenso na comundiade científica. Para os leigos e necessário compreender como a ciência trabalha e sugiro que ele leia o primeiro texto desde site.

O consenso é um acordo que ocorre entre os membros de uma comunidade, diferente de um sistema de votação onde todo o grupo entra na tomada de uma determinada decisão. O sistema de votação consiste em estabelecer um ponto que a maioria concorde de forma democrática, não é um consenso porque nem todos os integrantes daquela sociedade concordam com o resultado. Em ciência também não há unanimidade. O consenso científico é um julgamento, é uma opinião coletiva da comunidade científica num determinado campo da ciência em um período de tempo específico. É um conjunto de teorias que a maioria de cientistas suporta como sendo as melhores nessa mesma área. O “consenso” científico é algo mutável, não há problema algum em aceitar uma outra resposta, desde que ela seja superior a anterior. No caso da evolução humana é um consenso científico que a evolução de fato ocorra, embora nem todos na ciência concordem, mas grande parte dos cientistas já afirmam ter evidencias o suficientes para dizer que a evolução é um fato. Alguns cientistas discordam, outras pessoas como criacionistas também, e não os incluo como cientistas porque não há teorias nem metodologias experimentais que demonstrem que a vida ou o universo sejam criados por um design. Os criacionistas trabalham tentando buscar falhas no consenso da evolução, propondo idéias como a complexidade irredutível que foi julgada em 2005 diante de Michael Behe e refutada já que até o momento não há sequer um exemplo na natureza, todas são explicadas pela seleção natural. O caso é que temos de ter um consenso para nos nortear durante as buscas por respostas.

Neste texto vemos um exemplo clássico de consenso, é consenso que a evolução exista, e que o ser humano é fruta da evolução humana e que o seu aparecimento tenha se dado na África. O que não é consenso é quais os passos que foram dados, ou quais fósseis estão ligados entre si.

Os fósseis que representam os passos da evolução humana existem e muitos outros são encontrados, o grande problema é como remontar a arvore da evolução humana, é difícil remontar dada a quantidade de fósseis e suas semelhanças.

Muitos criacionistas diziam antigamente que existiam poucos fosseis que suportavam a evolução humana, hoje temos muitos e cada dia encontramos mais. Agora a desculpa criacionista é que não sabemos ligar uns aos outros, e portanto a evolução é falha. O que era a falta de fosseis como evidencia agora se tornou o contrário. São desculpas como essa que fazem do criacionismo uma não ciência, a incapacidade de aceitar as evidencias que vão contra os dogmas da religião que geralmente é mascarada em forma de ciência. O excesso de fósseis é bom, pois temos bastante informação que suportam a teoria, que vem dando peso e não o oposto. Cada fóssil que não faz parte da evolução humana é descartado, o caso é que em muitos fosseis só temos um exemplar, como o do Orrorin e Sahelanthropus e Ardipithecus. Aguardemos novas descobertas.

Scritto da Rossetti

Palavras chave: Rossetti, Netnature, evolução humana, consenso, ciência

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